Na última sexta-feira, o programa Debate Público apresentado pelo moderador Afonso Chavo abordou o tema: “Somos um país democrático ou apenas eleitoralista?”. Durante a sua primeira intervenção, o professor Hilário Chacate classificou a democracia moçambicana como “literalmente duvidosa, fatoche e precária”.
Segundo Chacate, no verdadeiro espírito democrático, os candidatos participam nas eleições sem saber previamente quem será o vencedor. Contudo, em Moçambique, “vai-se às eleições já sabendo quem vai ganhar”, afirmou, sugerindo falta de transparência e credibilidade no processo eleitoral.
O professor defendeu ainda que a democracia deve ser uma “soma variável”, em que todos os participantes ganham algo, o que promove a partilha do poder. Mas, segundo ele, o modelo moçambicano concentra o poder em um único vencedor, o que, na sua visão, revela uma ausência de verdadeira partilha e enfraquece os princípios democráticos.
Para Chacate, “a democracia é partilha de poder”, e a inexistência dessa partilha em Moçambique transforma o sistema político num “verdadeiro problema”.
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